Você já se perguntou quem foi o criador do bitcoin? Se você já se fez essa pergunta e achou um monte de respostas contraditórias, este artigo vai jogar uma luz sobre o assunto e deixar um pouco mais claro sobre quem é o pai do bitcoin e falar um pouco sobre as histórias que pairam sobre a criação da criptomoeda.
O Bitcoin teve como 2020 um ano marcante, com o crescimento e consolidação da criptomoeda. Em meio à pandemia, a criptomoeda cresceu mais de 303% só no ano citado, saltando de US$7.300 para US$29.433 em valor.
Até mesmo Elon Musk, o multi bilionário dono da Tesla e Space X, sustentou o hype e em fevereiro de 2021 anunciou que investiria US$1,5 bilhão em Bitcoin em nome da sua montadora de carros elétricos. E entre o crescimento astronômico e as críticas e questionamentos, há uma dúvida que segue sem resposta: Quem é Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin?
Quem é Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin?
Antes de tudo, Satoshi Nakamoto segue um fantasma, digamos assim. Ninguém sabe quem ele é, qual é a sua aparência ou qualquer outra característica da pessoa.
O que se pode dizer é que Satoshi Nakamoto é um codinome usado pelo criador – ou criadores – da criptomoeda de maior sucesso do mundo. O caminho até este nome começa na Satoshi Nakamoto Renaissance Holdings, empresa responsável pela criação da Bitcoin.
A empresa é a dona do registro bitcoin.org, onde a moeda apareceu pela primeira vez para o público, em agosto de 2008. Em novembro do mesmo ano, Satoshi Nakamoto publicou um artigo chamado Bitcoin: Um Sistema de Dinheiro Eletrônico P2P, em que detalhou o funcionamento. Em 2009, o primeiro código aberto da moeda foi publicado.
Desde o seu lançamento, a bitcoin cresceu praticamente o tempo todo (99,98% de uptime) e não houve qualquer interrupção por crash ou mau funcionamento na rede. E nesses 12 anos de operação, Satoshi Nakamoto nunca mais apareceu.
O foco nos anos que se seguiram à publicação do código aberto ficou no desenvolvimento da plataforma e na negociação do ativo. Nos primeiros anos, a negociação se deu no mercado ilegal. Nesse meio tempo, Satoshi criou a Bitcoin Foundation, com o objetivo de criar regras para a negociação da moeda.
Desde então, o crescimento era inevitável. Se antes a moeda era marcada por grande variação, em 2013 a Bitcoin começou valendo US$13 e terminou negociada por mais de US$700.
Mas quem é Satoshi Nakamoto?
O líder silencioso e misterioso do Bitcoin tem diversas identidades atribuídas. Os rumores, mesmo sem qualquer confirmação, apontam vários nomes do mundo das finanças e tecnologia. Também se especula o fato desse nome ser o de um grupo responsável pela criptomoeda.
Dentre os mais citados, um aparece com destaque: Hal Finney. Falecido em 2014, Hal foi o primeiro contato para o qual Satoshi Nakamoto enviou um e-mail após a criação do Bitcoin. Ele também foi a primeira pessoa no mundo a receber uma unidade da moeda, além de ser um grande defensor das novas formas de pagamento e moedas. No entanto, sempre negou ser o criador.
Os muitos fatos que apontam para Hal Finney ser Satoshi
Finney tem ligação com outro suposto fundador do Bitcoin, que tem uma ligação mais direta com a criptomoeda. Dorian Satoshi Nakamoto, um dos principais programadores americanos dos anos 1990. Pela qualidade da programação da criptomoeda e pelo seu nome, Dorian já foi citado como o criador inúmeras vezes. Assim como Finney, Dorian sempre negou ter algum tipo de relação com a criação do Bitcoin.
O criador dos smart contracts, Nick Szabo, que deu origem à Ethereum, uma plataforma de negociação, também é alvo dos rumores. Szabo, considerado um grande nome do mercado de cripto, é criador do bit gold, projeto que teria servido de inspiração à Bitcoin. Todavia, Szabo sempre negou os rumores.
Outra possibilidade é a de que Satoshi Nakamoto seja um grupo, evidenciado pela altíssima qualidade de escrita no Whitepaper, o manifesto ou guia, da Bitcoin. Também há outros nomes vinculados à criação da criptomoeda, como o programador britânico Adam Back, o ativista Vincent van Volkmer e o engenheiro Wei Dai. Todos negam.
Satoshi autoproclamado
Apenas uma pessoa nessa lista de rumores afirma ser o criador do Bitcoin. É Craig Steven Wright, cientista da computação e criador do Bitcoin Cash, uma espécie de opção ao Bitcoin.
No entanto, mesmo com um processo judicial bilionário em tramitação, Craig não apresentou até agora nenhuma prova concreta de que seja o criador do Bitcoin. E isso tem dividido seus seguidores entre admiradores e quem pense que ele é uma farsa.
As outras possibilidades para Satoshi Nakamoto
Um dos nomes que mais aparecem em pesquisas relacionadas ao criador do Bitcoin é o de Linus Torvalds, criador do sistema Linux.
Inclusive, ele passou a dizer que é Satoshi Nakamoto em sua última atualização do sistema. E as circunstâncias dão a entender que ele pode estar falando a verdade. Mas claro, estamos falando de situações circunstanciais, ainda não há prova, de fato, que corrobora essa teoria.
O enigma em torno do nome de Satoshi Nakamoto é um dos dilemas atuais da internet e traz à tona algumas pessoas se conclamando como o criador da criptomoeda. Mas, seja lá quem for o criador do bitcoin, existem algumas curiosidades sobre ele que são bem interessantes de se saber.
Vamos a elas.
1. Satoshi via o bitcoin como alternativa ao banco central
Ao longo dos anos, diversas foram as tentativas de rebatizar Satoshi como uma pessoa interessada em interromper os serviços bancários e de pagamento. Boa parte disso evocando a própria interpretação do artigo gravado no primeiro bloco do blockchain do bitcoin.
Olhando um pouco além do código, Satoshi falou sobre o problema da emissão de moeda em suas primeiras mensagens públicas. Em 2009, no fórum da Fundação P2P, ele escreveu:
“O problema das moedas físicas e convencionais é a confiança necessária para fazê-la funcionar. O banco central não pode depreciar a moeda e deve ser confiável para isso, mas deve ser confiável para não depreciar a moeda, mas existem diversas quebras de confiança das moedas fiduciárias ao longo da história. Os bancos devem ser confiáveis para manter nosso dinheiro e transferir de forma eletrônica. Mas, eles apenas emprestam em levas de crédito com uma pequena fração na reserva”, finalizou.
2. Satoshi estava ativo nos bastidores depois de “deixar” o bitcoin
O consenso era que a mensagem final de Satoshi nos fóruns do bitcoin veio em dezembro de 2010 e, em abril de 2011, uma mensagem final aos desenvolvedores foi enviada. Porém, o que aconteceu nesse meio tempo é bastante incerto.
Graças aos novos emails fornecidos por Gavin Andresen, um desenvolvedor que colaborou diretamente com Satoshi e assumiu o projeto após a sua saída, houve um desenvolvimento no desenrolar das informações sobre o destino de Satoshi.
Na verdade, houveram idas e vindas entre Satoshi e outros desenvolvedores, principalmente sobre como lidar com a publicidade que o projeto recebia, além de outras questões técnicas.
Apesar disso, esse fato não nos deixa mais perto de entender a razão do desaparecimento de Satoshi, mas nos permite concluir, com base na pesquisa feita para este artigo, que o bitcoin já tinha superado a necessidade de um único líder no momento da sua partida.
3. Satoshi sabia que o bitcoin era um avanço científico
Em uma subpágina no site original da criptomoeda, o Bitcoin.org, Satoshi afirma que a criação do bitcoin trouxe uma solução de um “problema dos generais bizantinos”.
Ele conseguiu inventar algo novo de verdade e contextualizou sua invenção de forma muito específica, mostrando que ele entendia de história da ciência da computação e era plenamente capaz de definir o que conquistou, mesmo sabendo que o mundo poderia precisar de tempo para entender o seu feito.
4. A ideia do bitcoin comprometido assustava Satoshi
Explorado em 2010, o bitcoin teve um erro e como resultado bilhões de bitcoins foram criados, violando a política monetária do programa. Isso fez com que Satoshi sofresse forte por isso. Ao invés de encarar como um problema isolado, ele mudou drasticamente suas ações e forma de liderar o projeto.
Ele se tornou menos colaborativo com outros desenvolvedores, estava mais propenso a fazer adições e atualizações sem qualquer aviso no software, e ficou obcecado, de maneira geral, em melhorar a segurança da programação.
Satoshi despertou para o fato de que a criptomoeda poderia sofrer ataques e dedicou o restante do seu trabalho para tentar impedir uma exploração fatal a todo custo.
5. Satoshi foi um ‘ditador benevolente’
O desenvolvimento do bitcoin é, na atualidade, um processo colaborativo, feito por desenvolvedores ao redor do mundo. Quando Satoshi tocava o projeto, apenas ele e alguns outros programadores realizavam o trabalho.
Era difícil achar programadores do calibre de Satoshi. Eles apareceriam futuramente e teriam grande incentivo a se juntar a um projeto mais aberto e colaborativo sob a liderança de Gavin Andresen.
Com isso, podemos dizer que Satoshi conduziu toda a operação como um ‘ditador benevolente’. Ele escreveu o código-fonte, que foi testado por outros.
Isso está bem alinhado com as práticas estabelecidas em código aberto, e é bastante plausível que Satoshi não tenha percebido que precisava inventar um novo modelo de gestão para bitcoin que fosse “descentralizado”.
6. Ele sofreu críticas antes do fim
Ao acompanhar conversas entre usuários da criptomoeda sobre Satoshi, fica evidente como a relação com o criador se transformou com o passar do tempo. Houve um período de lua de mel no início de 2010, quando a maioria dos usuários estava descobrindo o software, e um chacoalhão quando ele passou a afirmar com mais firmeza a sua autoridade sobre o código.
Finalmente, o último período do final de 2010 viu os usuários se desassociaram totalmente de Satoshi. Alguns faziam piadas sobre seu gênero e sexualidade, às vezes de forma explícita, e falavam de forma bastante livre e aberta sobre as frustrações causadas por ele devido à falta de disponibilidade e incapacidade de atender as demandas.
7. Satoshi tirou seu nome do software antes de sair do projeto
Uma descoberta interessante que foi feita ao longo dessa trajetória é que Satoshi “encerrou” formalmente o bitcoin, retirando seu nome da reivindicação de direitos autorais do software e deixando o código para todos os “desenvolvedores do bitcoin”.
Isso é coerente com uma pessoa que conseguiu se manter ‘escondida dos holofotes’ até hoje, com dedicação e domínio da segurança de operações. Isso é uma migalha de pão que remove qualquer dúvida sobre se ele realmente pretendia partir, mesmo que as motivações para a sua saída do projeto ainda sejam um mistério.