Entenda cada detalhe sobre mineração de criptomoedas e veja como você pode ganhar dinheiro com esse tipo de atividade!
O que é Mineração de Criptomoeda?
Mineração de criptomoedas é uma atividade executada por computadores e dispositivos que tem como objetivo gerar novos ativos (como se fosse a impressão de dinheiro, porém, como as criptomoedas não existem no mundo físico, elas são apenas geradas em um espaço virtual).
Segundo a definição de Alan de Genaro, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “Os mineradores são validadores de informações, porque não existe um ente regulatório que diz que uma pessoa tem x dinheiro na conta, ou se pode transferir x dinheiro para outra pessoa”.
Esses mineradores são recompensados por disponibilizar seus equipamentos e recursos energéticos para que problemas de alta complexidade sejam resolvidos, gerando novas criptos ou validando transações de transferência, compra e venda desses tipos de ativos.
Vale dizer que o processo de mineração e de validação de operações é bastante complexo e até o momento, impossível de ser realizado de forma aleatória, fazendo com que tenha se tornado uma das formas mais seguras de transacionar valores.
Nos próximos parágrafos, detalhes sobre o processo de mineração serão esclarecidos para que todos que se interessam pelo assunto possam compreender se vale a pena, ou não, investir na mineração de criptomoedas.
Como funciona a mineração de criptomoedas?
Como dito acima, o processo de a mineração é realizado através da resolução de problemas matemáticos de alta complexidade, que só podem ser solucionados através de computadores, visto que é necessário que cálculos sejam realizados rapidamente e de forma seqüencial para que blocos sejam criados e validem transações, o que seria impossível realizar manualmente.
Os mineradores são as pessoas que oferecem seus computadores ou dispositivos para que a rede de criptomoedas continue funcionando, visto que não existe uma entidade ou instituição que trabalhe oficialmente realizando esse processo.
Geralmente, quem realiza esse tipo de trabalho atua com mais de uma máquina e investe em equipamentos que possuam alta capacidade de processamento, a fim de obter o máximo de lucro possível com as operações.
O que é necessário para minerar?
Para que um minerador de criptomoedas consiga bons resultados no seu trabalho, é necessário que o seu dispositivo seja o primeiro a solucionar a equação que será criada para validar uma operação. Para que isso aconteça, é necessário que seu computador ou dispositivo seja realmente veloz, principalmente se ele estiver trabalhando na mineração de grandes criptomoedas, como é o caso do Bitcoin.
Criptomoedas menos populares ainda podem ser mineradas em computadores comuns, mas no caso de criptos mais populares, há um número maior de mineradores trabalhando, o que aumenta a concorrência e faz com que seja necessário investir em equipamentos com maior capacidade de processamento.
Entre os mais dispositivos mais famosos nesse nicho está o ASIC, que se tornou uma preferência por consumir menos energia que equipamentos comuns e conseguir minerar mais criptomoedas. O problema é que um equipamento deste pode custar até R$75 mil, valor que não se recupera rapidamente através da mineração, podendo levar meses ou até um ano para “se pagar”.
Outro investimento que pode ser necessário para trabalhar com mineração de criptomoedas é relacionado à refrigeração do ambiente.
Como as máquinas trabalham sem parar, é natural que elas sobreaqueçam, o que pode causar problemas e até mesmo a perda do equipamento. Ar condicionado pode ser uma boa solução, além de investir em coolers e outros recursos que mantém os equipamentos mais frios, apesar do uso intenso.
Carteira de criptomoedas
Para trabalhar com mineração de criptos, é essencial que o minerador tenha uma carteira de criptomoedas, pois será através dela que ele receberá o pagamento pelo seu trabalho.
As carteiras podem ser online (chamadas de quentes) ou offline (chamadas de frias) e a escolha de qual será utilizada depende bastante do perfil do minerador.
As carteiras quentes são conectadas à rede, o que permite que transferências e outras transações sejam realizadas rapidamente. A desvantagem dessa opção é o fato de que, por estarem online, as carteiras quentes são mais vulneráveis a ataques de hackers.
As carteiras off line são, teoricamente, mais seguras, mas, por outro lado, tornam as transações mais lentas, o que pode ser um incômodo para quem realiza muitas operações e com frequência.
Programas de Mineração
Além de um equipamento eficiente e da carteira de criptos, também será necessário contar com um software de mineração para poder começar a trabalhar neste nicho.
Opções não faltam e existem, inclusive, opções gratuitas para quem não pode ou não quer investir muito no começo.
Os softwares, geralmente, realizam o monitoramento de atividades e disponibilizam informações como a velocidade da mineração, os rendimentos médios e a temperatura do equipamento.
Entre os principais softwares de mineração, estão:
EasyMiner
Software muito fácil de usar, que permite que o minerador trabalhe sozinho ou em grupo. Suporta diversas modalidades de mineração e é considerado excelente para quem está começando.
Awesome Miner
Disponível para utilização em diversos dispositivos, é uma boa opção para quem tem utilizado mais de um equipamento para a mineração de criptomoedas.
CGMiner
Um dos primeiros softwares desenvolvidos para mineração, funciona em quase todos os tipos de hardwares. Possui funções como controle de refrigeração, monitoramento de desempenho e capacidades de uso remoto.
BFGMiner
Conhecido por ser muito eficiente e permitir diversos tipos de ajustes úteis para a mineração, é um software bem completo, porém, só é compatível com hardwares ASIC.
Quanto ganha um minerador de Bitcoin?
Geralmente, equipamentos que são destinados à mineração, funcionam ininterruptamente, podendo gerar altos custos com energia elétrica.
Saber realizar o cálculo da diferença entre o que se pode ganhar e o que é necessário investir para fazer a mineração, é essencial para não acabar saindo no prejuízo.
Para quem tem a opção de utilizar fontes de energia alternativa, o processo pode ser mais vantajoso, mas é necessário contar com questões como a manutenção das máquinas e a refrigeração dos equipamentos para se certificar de que ainda será possível obter lucro.
Como minerar sozinho exige uma capacidade de hardware com um custo consideravelmente alto, uma solução é minerar através de pools de mineração, grupos que se juntam para oferecer suas máquinas, a fim de gerar poder de processamento extra para outros grupos e, posteriormente, dividir os ganhos entre todos os participantes.
Para ter uma base de quanto um minerador pode receber como recompensa pelo seu trabalho, pode-se considerar a taxa de transação máxima atual, que pode chegar a 6,25 bitcoins — aproximadamente R$ 1,6 milhão na cotação atual.
Esse valor já foi bem maior no passado e será menor daqui a algum tempo, pois essa taxa é reduzida pela metade a cada quatro anos. A redução ocorre porque o Bitcoin é finito, ou seja, possui uma quantidade limitada de 21 milhões, então precisa haver um controle sobre quantos são disponibilizados no mercado.
Como Ganhar Criptomoedas
Quem pensa em conquistar algumas criptomoedas sem precisar se envolver na mineração ou realizar investimentos, pode começar a testar alguns sites e aplicativos que oferecem pequenas frações de criptomoedas em troca da realização de algumas atividades.
O Freebtico.in é um dos mais populares sites desse segmento e funciona como uma espécie de loteria virtual com bônus em bitcoins. Dentro da própria plataforma, os usuários podem multiplicar suas criptomoedas através de jogos de cassino ou sorteios. O site 777Bitco.in funciona de forma similar e também é uma opção para quem deseja conseguir algumas frações de bitcoins.
Além desses, existem vários outros sites com a mesma proposta, porém, eles não costumam oferecer recompensas grandes o bastante para serem vistos como uma fonte de renda real. São mais vistos como uma atividade de lazer monetizado.
É possível ter lucro?
Minerar criptomoedas em casa não é impossível, porém, a concorrência entre os mineradores é tão grande, que a atividade pode se tornar inviável financeiramente.
Segundo Alan de Genaro, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a mineração “É um processo intensivo, computacional, que demanda computadores específicos para resolver o algoritmo, que em essência é de tentativa e erro. Quanto mais computadores estiverem realizando, mais fácil de encontrar a resposta”.
Marcella Ungaretti, pesquisadora da XP Investimentos, explica que, quando as criptomoedas surgiram, os cálculos eram mais fáceis de resolver, e por isso, o processo não exigia que fossem utilizados supercomputadores e a mineração funcionava muito bem, mesmo sendo realizada de forma individual.
Como a demanda pelas criptomoedas aumentou, a mineração foi se tornando mais complexa, fazendo com que hoje, a mineração aconteça, principalmente, em empresas que realizam apenas esse tipo de atividade ou através dos pools, que são espécies de grupos que se unem para aumentar a capacidade de processamento de computadores e levar a solução para as equações que geram criptomoedas.
Como a mineração de algumas criptomoedas (em especial, o Bitcoin), depende de uma grande quantidade de supermáquinas, isso desencadeia em um alto consumo de energia, capaz, não só de colocar o lucro a perder, mas também, de causar impactos no meio ambiente.
Qual o impacto da mineração no meio ambiente?
A mineração de criptos consome bastante energia e o que mais preocupa os especialistas é, em especial, a fonte de energia que é utilizada para sustentar esse processo.
Um dos países que mais minera Bitcoins no mundo é a China, que usa o carvão, extremamente poluente, como principal fonte energética.
Segundo informações da Universidade de Cambridge, em 2020, mais da metade da mineração mundial acontecia no país asiático. Isso se dá pelo fato de que, apesar de causar grandes impactos ao meio ambiente, a energia elétrica na China é relativamente barata.
Em abril de 2021, mais países estavam minerando em alta escala, fazendo com que a China passasse a ser responsável por 46% da produção e confirmação das transações de criptos.
Depois dela, Estados Unidos, Rússia, Malásia e Irã são os maiores mineradores do mundo. A participação do Brasil na mineração é pequena, em especial porque o custo da energia elétrica é tão alto que inviabiliza o trabalho dos mineradores.
Quanto mais transações precisam ser verificadas, mais energia é utilizada e, em maio de 2021, o consumo de energia pela mineração chegou ao pico de 130 Twh (TeraWatts-hora). Depois de alguns meses, houve uma queda, estabilizando em aproximadamente 98 TWh em 26 de setembro.
Para poder ter uma ideia mais clara do que esse consumo significa, basta compreender que, se todo o setor de mineração de bitcoins fosse um país, seria responsável pelo 34º maior consumo de energia do mundo, deixando países como as Filipinas e a Finlândia para trás.
Esse grande consumo gera diversas críticas, porém, outros setores da economia também consomem muita energia, como é o caso da mineração do ouro, por exemplo, que consome 131 Twh.
Diversos outros setores consomem a mesma quantidade, ou mais, de energia, porém, nem todos são tão transparentes com suas informações, o que os mantém distante de polêmicas e contestações.
Atualmente, o consumo de energia utilizado para minerar Bitcoins equivale a menos de 0,6% de tudo que é consumido energeticamente no mundo, então, embora se saiba que a tendência é que esse consumo aumente, ele não é mais preocupante do que o relativo a outros setores da economia.
A principal sugestão para minorar o alto custo energético da mineração, é que os mineradores passem a buscar pelo uso de energias renováveis para realizar esse tipo de atividade. Isso não só seria menos custoso para o meio ambiente, como também tornaria a operação mais lucrativa para muitos profissionais da área.
Considerações Finais
Como se pôde notar, a mineração de criptomoedas ainda pode ser lucrativa, porém, essa não é uma atividade que funciona para qualquer pessoa, com qualquer tipo de dispositivo e em qualquer região.
Para se certificar de que a mineração valerá a pena, é preciso fazer cálculos precisos a respeito do investimento necessário, tanto em equipamentos quanto em energia elétrica.
Mineradores iniciantes também precisam estar cientes do espaço que podem ocupar no mercado, pois moedas como o Bitcoin já se tornaram gigantescas e contam com empresas enormes trabalhando na sua mineração.
Minerar criptomoedas menores, como Ether, ZCash e Monero, pode ser uma boa solução para quem não quer realizar grandes investimentos em equipamentos, mas deseja começar a trabalhar com mineração.
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