Muitos investidores da bolsa de valores aplicam capital em uma carteira de investimentos focada em dividendos com o objetivo de gerar renda passiva, e o mesmo pode ser feito pelos criptoinvestidores que atuam no mercado dos ativos digitais, sendo essa a estratégia chamada de Staking, sobre a qual falaremos, em detalhes, abaixo. Acompanhe!
O que é staking?
Fazendo um comparativo com o mercado financeiro tradicional, o staking funciona de uma forma parecida com um investimento em um CDB, mantendo um ativo bloqueado dentro de uma plataforma por um período pré-determinado e sendo remunerado por isso.
No caso do CDB, os investidores estão fazendo um empréstimo para uma instituição financeira (banco) para que ele repasse os valores para outros clientes, através de empréstimos. Já no caso do staking, os criptoinvestidores fazem uma espécie de empréstimo para a rede, e recebem, como no CDB, o pagamento de uma espécie de rendimento dos valores emprestados.
Quais criptomoedas servem para staking?
Ainda não são todas as criptomoedas que servem para staking, mas é de se esperar que daqui a algum tempo seja possível utilizar todas elas para obter rendimentos passivos. Até lá, você já pode utilizar algumas stablecoins e diversos criptoativos disponíveis no mercado, como a Polkadot (DOT), a Solana (SOL), o Ethereum 2.0 e outras altcoins, como as que listamos abaixo:
1 – NEO
Semelhante ao Ethereum, a NEO não é apenas uma criptomoeda, mas uma altcoin com possibilidade de desenvolvimento de tokens, contratos inteligentes e aplicativos descentralizados.
2 – Cardano
A Cardano foi uma das primeiras plataformas desenvolvidas em Haskell e tem um desempenho melhor do que o Bitcoin e o Ethereum, nesse aspecto. Seu blockchain é composto de camadas escalonáveis e flexíveis e possibilita que seus usuários realizem transferências de valor programáveis, com segurança.
3 – EOS
Com custos atraentes, alto desempenho e a promessa de ser, em breve, uma plataforma de blockchain gratuita para os seus usuários, a EOS proporciona transações escaláveis, rápidas e seguras.
4 – Stellar
O Stellar foi criado para ser um criptoativo de fácil utilização, com baixas taxas e escalabilidade, e, apesar de não fazer parte das moedas digitais mais conhecidas, é uma altcoin interessante para fazer staking.
Tipos de staking crypto
Até aqui, você pôde compreender o que é staking e com que tipos de ativos você pode realizá-lo. Agora, vamos falar um pouco sobre os tipos de staking, para que você possa escolher se, e como, deseja utilizar essa estratégia de investimento.
1 – Grupos de Staking
Os grupos de staking funcionam como uma espécie de sociedade em que várias pessoas investem juntas e depois dividem os lucros de forma proporcional ao investimento realizado. Nesse grupo, os usuários se unem para fortalecer sua capacidade de validar blocos e aumentar seus resultados financeiros.
2 – Cold Staking
O cold staking é um staking que parte de uma carteira sem conexão permanente com a internet (carteira fria). Considerado um dos tipos mais seguros de staking, por estar a salvo de ataques hackers e outros problemas de segurança que podem ocorrer com carteiras quentes (conectadas).
3 – Provedores de Staking
Os provedores de staking oferecem um serviço dedicado para os investidores realizarem stake e cobram uma comissão de 2 a 50% sobre as recompensas obtidas através das operações.
Como operar staking-as-a-service (SaaS)
Quem quer operar staking pode fazer isso por conta própria, executando o próprio nó, porém, além de exigir um pouco mais de experiência, também é preciso investir em infraestrutura e se certificar de que ela seja estável e segura.
Como o método acima é para usuários mais avançados, vamos falar mais sobre o outro tipo de staking, chamado de “staking-as-a-service” (SaaS) e que funciona através da delegação de suas moedas para um validador com capacidade estrutural e técnica para realizar as validações.
As principais empresas que operam staking-as-a-service (SaaS) são: Figment Network, Staked, Stake Capital e MyContainer, e ao utilizar qualquer uma delas (ou outras que prestem esse serviço), o investidor não precisará fazer nada, pois todos os seus lucros serão automaticamente reinvestidos.
Como fazer stake criptomoedas?
Como você já deve saber, criptomoedas são mantidas em um ambiente descentralizado e os usuários são os responsáveis pela validação das transações, através de mecanismos de consenso, que são a base das redes de criptoativos.
O staking é feito através de um desses mecanismos de consenso: o proof of stake (prova de aposta), em que o direito de transmitir informações do bloco de transações para a rede depende da quantidade de criptoativos que o usuário possui travado na rede, ou seja, em staking. Quanto mais validações o staker fizer, mais ativos ele receberá.
Existem duas formas de fazer staking: A centralizada é a mais simples e utiliza as exchanges como intermediárias, permitindo que o investidor escolha quais e quantos de seus criptoativos devem ficar em staking, sem se preocupar com o gerenciamento. O ponto negativo é que é necessário pagar taxas para a plataforma.
A segunda opção é o staking descentralizado, indicado apenas para quem possui conhecimento avançado em criptoativos e em operações diretas na blockchain, sendo necessário saber trabalhar com protocolos de DeFi e pagar as taxas da rede.
Importa dizer que o investidor que utiliza o staking como método de investimento não está vendendo ou doando seus criptoativos, está apenas fazendo uma promessa de que não irá vendê-los ou transferi-los por alguns meses ou anos, deixando-os disponíveis para ajudar o protocolo a realizar alguma função.
Há alguns tipos de staking que não te obrigarão a manter as criptos travadas por muito tempo e em todos os casos você poderá simular quanto poderá ganhar se as moedas ficarem em staking, sendo que quanto mais moedas forem bloqueadas na plataforma, mais chances você terá de ser eleito o validador e obter maiores ganhos, que podem variar de 12 a 15% ao ano (em média).
Quando vale a pena fazer staking?
Fazer staking pode valer ou não a pena, dependendo muito do perfil do investidor, que deve ser de alguém com planos de investimentos a longo prazo, deixando a moeda travada por um período entre 6 meses e dois anos, no mínimo.
Alertas sobre staking
Um dos principais alertas sobre staking é que é necessário analisar a situação das criptomoedas que ficarão trancadas, pois é preciso ter, pelo menos, ideia sobre a possível valorização ou desvalorização do ativo.
É recomendado que o staking seja feito com moedas mais conhecidas e consolidadas, principalmente se o objetivo for fazer um investimento a longo prazo, lembrando que quanto mais segura for a moeda, menos deve remunerar o investidor, bem como o contrário também acontece: as moedas mais arriscadas podem pagar até 20% ao ano, e em dólar.
Como funciona staking em corretoras de cripto
Diversas corretoras de cripto possibilitam que os clientes façam stake em suas plataformas. Entre as mais conhecidas estão a Okcoin, a KuCoin, a Binance, a Kraken e a Bitfinex, sendo que em todas elas o processo é bem parecido, diferindo apenas em relação a taxas, tipos de criptos e períodos de bloqueio.
Geralmente, é fácil encontrar a opção de staking dentro dos sites ou apps das corretoras, como no caso da Kraken, que mantém o staking no menu principal, mas há outros casos, como o da Binance, em que é preciso procurar um pouco mais, acessando a seção “Earn”, no mesmo submenu onde se encontram as outras opções de renda passiva disponíveis.
Vantagens e desvantagens de stake de criptomoedas
Agora que você já sabe, em detalhes, o que é staking, é hora de falar sobre o que leva as pessoas a realizarem esse tipo de investimento. Veja abaixo, quais são as vantagens e desvantagens do staking!
Quais são as vantagens do staking?
Entre as principais vantagens do staking está a possibilidade de rentabilizar, de forma exponencial, as criptos que possui em sua carteira, porém é importante salientar que essa estratégia funciona a longo prazo e é preciso ter paciência e comprometimento para colher seus frutos.
Outro benefício está relacionado à remuneração do staking, que pode ultrapassar 100% ao ano, e funciona de forma parecida com um CDB, mas rende muito mais do que os investimentos no mercado tradicional.
Quais são as desvantagens do staking?
Como não existe investimento sem riscos, o staking também tem algumas desvantagens, sendo que a principal é o risco das suas criptomoedas serem desvalorizadas ao longo do tempo, sem que você possa retirá-las ou trocá-las por outros ativos.
Existe, também, o risco da Exchange ser vítima de um ataque hacker e as criptomoedas lá depositadas serem roubadas, o que aumenta a necessidade de procurar atuar apenas com corretoras que ofereçam algum tipo de garantia em relação a possíveis perdas.
Por último, é importante dizer que como existe a probabilidade de perda de todos os valores investidos, o staking não deve ser feito por pessoas que não tenham o devido conhecimento sobre o funcionamento do mercado de criptos, blockchain, contratos inteligentes, entre outros assuntos relacionados.
Conclusão
Segundo a Staked, uma empresa especializada em staking, a projeção anual para recompensas nessa modalidade é de US$ 12,5 bilhões, sendo que pesquisadores do JP Morgan acreditam que as cifras cheguem a US$ 40 bilhões até 2025.
Também se espera que o staking cresça bastante no mercado de criptomoedas, visto que ainda são poucos os investidores que possuem informações suficientes para investir nessa modalidade, o que a mantém um tanto restrita.
Vale a pena ficar de olho nesse tipo de investimento, aprender sobre ele e analisar, de forma detalhada, se você tem condições de manter seu capital de criptos, ou parte dele, aplicados a médio ou longo prazo em uma operação de staking.
Se a resposta for positiva, pode ser que essa seja uma das melhores oportunidades que você já teve de lucrar sem ter que realizar nenhum grande esforço, mas não se esqueça: os riscos também existem e são proporcionais às chances de sucesso.
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