Você sabe quantos bitcoins existem atualmente? E quantos ainda podem ser encontrados? Neste artigo, nós vamos responder essas e outras perguntas sobre a criptomoeda mais famosa do mundo.
Você já se perguntou quantos bitcoins existem no mundo? Quantos podem existir no total? E quantos ainda precisam ser minerados?
Um dado importante sobre o bitcoin e que nem todo mundo sabe é que o número é limitado e isso foi feito na sua criação.
Então, se o número é limitado, quanto falta para eles se esgotarem? E o que acontece quando todos forem minerados?
Quantos Bitcoins existem?
Vamos começar do início. Quando criou o bitcoin e a toda a rede, Satoshi Nakamoto, o criador (que até hoje paira o mistério se ele é uma pessoa ou um grupo de pessoas), colocou um limite na quantidade de bitcoins.
Esse número é de 21 milhões de unidades. Exatos. Nem um a mais ou a menos. Quando chegar nesse número, não haverão novos bitcoins. Apenas o mercado de compra e venda.
E muitas pessoas já perguntaram se esse número é mesmo real ou se foi apenas uma história contada com o intuito de valorizar ainda mais a criptomoeda.
Mas a verdade é que este número está descrito no código fonte do Bitcoin, que é aberto e qualquer pessoa pode consultar a qualquer momento, como você pode ver na imagem abaixo:
Porém, isso gera uma outra questão. Se o código é aberto, esse número pode ser alterado? A resposta é não. Você pode até alterar o número, mas o código foi construído para invalidar qualquer token além do número 21 milhões.
Então, qualquer alteração gerará um outro token, que não é o bitcoin. Nesse ponto, Satoshi foi preciso na elaboração do código. Há um limite e a ideia por trás dele é que o bitcoin não deve ser como uma moeda comum, cuja emissão pode ser feita sempre.
Fazendo um paralelo, o bitcoin é comparável a alguns recursos, como o ouro, cuja extração é feita até hoje, porém, é cada vez mais difícil encontrar dada a sua escassez.
Quantos Bitcoins são criados para cada mineração?
Antes de falar de números, vamos explicar uma coisa importante sobre a mineração. Ela é feita em blocos, e cada bloco resulta em uma quantidade X de bitcoins. E esse número tem ciclos.
Satoshi, ao criar a rede bitcoin, criou um sistema, o halving, que reduz a quantidade de bitcoins que podem ser extraídos pela metade a cada 4 anos.
Quando foi criado, em 2009, 50 bitcoins eram minerados por bloco. Passados 4 anos, o tempo estimado para minerar 210 mil blocos, o número foi reduzido pela metade, ou seja, 25 bitcoins por bloco. Isso aconteceu em 2012.
Em 2016, esse número caiu pela metade, quando eram encontrados 12,5 bitcoins por bloco. Já em 2020, um novo halving fez esse número cair para 6,25, o valor atual. Em 2024, quando está previsto o próximo halving, esse número vai cair para 3,125.
Agora falando dos números totais de bitcoins, o site Blockchain.com apontou que em dezembro de 2021, 18,89 milhões de unidades já haviam sido encontradas. Em percentual, aproximadamente 90% do total disponível já foi encontrado e está circulando.
Mas se você está pensando que os 21 milhões serão atingidos nos próximos anos, eu tenho uma informação importante: Encontrar todos os bitcoins vai demorar mais do que você pensa.
Segundo cálculos já feitos até o momento, a estimativa é de que o 100% do ativo minerado e circulante só acontece no ano 2140, ou seja, ainda temos mais 118 anos de mineração pela frente.
Esse resultado é possível calculando a quantidade de bitcoins por bloco a cada halving. Como esse valor é reduzido pela metade, fica cada vez mais difícil achar e a quantidade diminui a cada ciclo.
Quantos bitcoins ainda podem ser criados?
Essa é uma conta relativamente simples de ser feita. Se, em dezembro de 2021, 18,89 milhões de bitcoins já tinham sido encontrados de um total de 21 milhões, significa que naquela data, ainda existiam 2,11 milhões de bitcoins para serem minerados.
Em números atualizados em abril deste ano, de acordo com o site Cointelegraph, que acompanha o mercado de criptomoedas, chegou-se à marca de 19 milhões de bitcoins minerados, deixando apenas 2 milhões para serem encontrados.
E por que 21 milhões?
Essa é uma pergunta que levanta teorias desde o momento em que esse número foi publicado pela primeira vez por Satoshi Nakamoto no white paper do Bitcoin.
Existem duas teorias amplamente discutidas e aceitas sobre esse assunto e vamos falar sobre elas.
A teoria da substituição da oferta monetária
Quando criou o bitcoin e limitou sua quantidade e colocou uma regressão nas taxas em que novas unidades eram criadas, Satoshi pretendia que ocorresse uma valorização ao longo do tempo.
Segundo um suposto e-mail compartilhado entre Satoshi e Mike Hearn, um dos contribuidores do Bitcoin Core, Nakamoto disse que “se 21 milhões de moedas fossem usadas por alguma fração da economia mundial 1 mBTC (ou 0,001 bitcoin) poderia valer cerca de 1 euro”.
Essa previsão aconteceu de fato, no ano de 2013, quando o ativo ultrapassou esse valor. Atualmente, cada mBTC vale 8,25 euros.
Apesar da comparação com o preço com o Euro, o e-mail sugere que, com alguns cálculos simples, Satoshi tinha uma visão muito maior do Bitcoin, o que explica a escolha do número máximo de 21 milhões.
A escolha tem relação com o número do suprimento monetário M1, composto pelo valor total de dinheiro físico do mundo. Na época da criação do Bitcoin, o valor do suprimento total de dinheiro no mundo era de 21 trilhões de dólares.
E com tudo isso, a ideia do bitcoin se tornar uma moeda mundial única – considerando que ela substituiria todas as moedas que compõem o M1 – o valor de cada unidade de BTC seria de 1 milhão de dólares.
Até aqui, você notou como os números se alinham muito bem? Mas, até o momento, ninguém pode afirmar se foi somente uma feliz coincidência ou se foi algo intencional.
A explicação alternativa
Como dissemos, existem duas teorias para a escolha desse número. Apesar da teoria de substituição da oferta monetária M1 ser a mais lógica e plausível para os 21 milhões de bitcoins, há uma segunda teoria.
Observe os parâmetros usados para controlar a oferta de Bitcoin. Em uma análise simples, fica claro que o número de 21 milhões de unidades permite que os blocos sejam minerados em um período regular ( de 10 minutos). Também garante que a quantidade de bitcoins paga aos mineradores seja menor a cada halving (ciclo de 4 anos) à medida que a oferta máxima se aproxima do limite.
Outro ponto importante é que o código fonte do Bitcoin ajusta, automaticamente, a dificuldade de mineração para garantir que cada novo bloco possa ser extraído em um tempo médio de 10 minutos. Com base nisso, devem ser extraídos a cada ciclo de quatro anos um total de 210 mil blocos. Após atingir esse número, o halving é realizado, reduzindo o valor da recompensa pela metade.
No seu primeiro ciclo, eram minerados 50 bitcoins por bloco, sendo reduzido para 25 no segundo ciclo, depois para 12,5 até chegarmos aos atuais 6,25. E esse valor será reduzido pela metade até que todos os bitcoins sejam minerados.
Mas agora vem a grande sacada matemática. Se você somar o valor da recompensa de cada bloco por ciclo, verá que você obtém o resultado da soma como 100 (50 + 25 + 12,5 + 6,25… etc).
Quando você pega esse valor e multiplica por 210 mil, número de blocos por ciclo, vai obter o número 21 milhões.
Seria esse número o resultado de uma lógica matemática perspicaz ou então a escolha do valor do limite do bitcoin tem um viés filosófico? A bem da verdade, existe apenas uma pessoa (ou grupo de pessoas) que poderia responder a essa questão.
Seu nome? Satoshi Nakamoto.
